Os funcionários continuam trabalhando mesmo quando a “descontaminação” é imcompleta.
Através de testemunhos dos trabalhadores, soubemos que no trabalho de recuperação do acidente da Usina Nuclear Dai-ichi, as Regras e os Procedimentos para a garantia da segurança dos trabalhadores estão sendo relaxadas sem nenhuma discussão.
Antes, quando acontecia a [contaminação do corpo] por adesão do material radioativo, o corpo teria que ser lavado para efetuar a [descontaminação] completa. Entretanto, o que tem acontecido ultimamente é que, mesmo sem a descotaminação completa, é emitido um [certificado de conferência] onde está descrito a parte do corpo contaminado e o trabalhador retorna ao seu trabalho com este documento. Como muitas outras Normas de segurança estão relaxadas, os trabalhadores estão sentindo muita insegurança e os peritos estão preocupados com este fato.
A dose de radiação dentro da usina é extremamente alta e nas proximidades do edifício do reator 3 onde houve a explosão de hidrogênio, foram encontrados escombros que emitem radiação de até 900 mSv/h.
Normalmente, quando há previsão de um trabalhador se expor à radiação acima de 1 mSv em 1 dia, a empresa contratante principal principal tem que apresentar ao Gabinete de Inspeção de Normas Trabalhistas, um documento com o Plano de trabalho com a previsão da dose de radiação a que um funcionário irá se expor, para receber uma autenticação e entregar uma cópia deste para a Tepco. Em relação a isto, em algumas empresas contratante principal existia a regra de entregar a cópia da [Autorização especial] para a subsidiária, o que já não está sendo feito atualmente.
O trabalhador de uma das subsidiárias trabalhou sem receber esta [Autorização especial], que normalmente é entregue ao funcionário e se expôs a 1,3 mSv em 2 horas e meia. Quando retornou ao prédio de isolamento que serve como base, junto com os demais trabalhadores - cerca de 10 pessoas - ao passar pela triagem (inspeção) após retirar a roupa de proteção, foram confirmados a contaminação do corpo em todos, na região do pescoço e nuca.
Foram todos para as instalações do Centro de Treinamento Nacional [J-Village], que está servindo como base a cerca de 20 Km da usina, tomaram banho com shampoo próprio para descontaminação, mas em três trabalhadores não foi possível descontaminar com a lavagem e foram encaminhados para a instalação da Tepco onde passaram por mais uma lavagem e mesmo assim, não foram completamente descontaminados.
Por isso estes três receberam um [certificado de conferência] emitido pela Tepco, onde estão anotados as partes contaminadas mostradas em desenho, voltando posteriormente ao trabalho. Ao retornar ao trabalho com este certificado, quando estes trabalhadores passarem por uma outra triagem e acusar a contaminação, não será considerado como problema, ou seja, será desconsiderado. Porém os trabalhadores questionam este fato porque [normalmente, se um trabalhador retornasse ao trabalho sem efetuar a descontaminação, seria um problema a nível de emissão de documento de responsabilidade].
Além disso, a subsidiária a que pertence os trabalhadores deveriam apresentar relatórios para a empresa contratante principal, contendo um resumo do histórico de trabalho, o conteúdo de trabalho e as condições de contaminação. A contratante principal por sua vez, deveria comunicar à Tepco. Mas até o momento, os relatórios ainda não foram apresentados e nem tampouco foram exigidos a apresentação destes relatórios pela empresa contratante principal e nem pela Tepco que já tomaram conhecimento da contaminação.
O trabalhador comentou que [tanto a Tepco quanto a contratante principal, devem estar achando que “estranho seria se não houvesse contaminação neste local de trabalho”], apontando o relaxamento das Regras por causa da emergência.
Há um “clima” no ar entre os trabalhadores, de que “é inevitável a contaminação”, pois todos querem dar um jeito na usina (para estabilizar), mas sinceramente, sinto insegurança, comentou o trabalhador.
O Departamento de relações públicas da Tepco explicou que o [certificado de conferência] é um documento para indicar que não há anormalidade na pessoa em que foi detectado um número alto (na traigem) e que de qualquer forma estão efetuando a descontaminação até sair tudo. E em relação ao chamado [Autorização especial] (pela Tepco, Plano de trabalho), só efetuam o recebimento do documento e básicamente, mantém a posição dizendo que é um problema entre a contratante principal e o empregado.
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Pouco se falam destes heróis anônimos que estão lá trabalhando.
Uma empreiteira da região de Osaka foi acusada de contratar pessoas dizendo que era vaga para motorista na região nordeste do Japão, mas quando o candidato já contratado chegou ao local de trabalho, era na usina nuclear, para remover os destroços...
Como sempre, os que mais sofrem são os que estão no batente.
Devemos muito à estas pessoas que estão lá, lutando contra o tempo e arriscando as suas vidas para estabilizar a situação.
Devemos muito à estas pessoas que estão lá, lutando contra o tempo e arriscando as suas vidas para estabilizar a situação.
Dói o coração só de pensar como não devm estar os seus familiares...
O mínimo que podemos fazer é orar por eles e pedir a Deus que os proteja.
Enquanto escrevia este, deu uma leve tremida - 3 graus...afffe!
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