domingo, 17 de julho de 2011

Fukushima - o que gira em torno de evacuação materna

Passaram-se quatro meses e cinco dias do grande terremoto que assolou a região nordeste do Japão e do desastre nuclear da usina Dai-ichi de Fukushima que ainda hoje continua sem controle, gerando problemas no meio ambiente, um atrás do outro, como a contaminação dos produtos agrícolas e das carnes bovinas com material radioativo como o Iodo, Césio e Estrôncio radioativo.
Já foram detectados o Césio radioativo em leite materno coletado de mães moradoras das regiões de Ibaraki, Saitama e Fukushima, além de terem sido detectados também materiais radioativos em produtos agrícolas como espinafres, cogumelos, folhas de chá etc., prodzidos em Ibaraki, Gunma, Saitama, Kanagawa e até em folhas de chá de Shizuoka que fica a mais de 200 km de Fukushima.  
Isto significa que outros produtos agrícolas e as terras de todas estas regiões provavelmente estão contaminadas, sendo em grandes ou pequenas escalas.

O problema maior da contaminação do meio ambiente com materiais radioativos como o Iodo, Césio e Estrôncio radioativos, é que todos estes são nocivos à saúde, principalmente na saúde do feto e das crianças lactentes, podendo causar câncer, leucemia e outras deficiências nas crianças.

Atualmente, estão sendo cobrados medidas drásticas e enérgicas do governo, em relação à proteção das mães e crianças.

A permanência de grávidas e crianças em áreas contaminadas põe em risco a saúde, pelo fato dos fetos e crianças lactentes terem facilidade em absorver o Iodo radioativo através da alimentos ingeridos pelas mães e também pelo leite materno. Além do fato do Estrôncio se acumular fácilmente nos ossos. 
Em meio a tudo isso, como está mendionado no artigo anterior, a rede das mães amigas estão se organizando e se manifestando para pressionar o governo local a conseguirem apoio financeiro para efetuarem a evacuação das mães e crianças, sendo individual ou coletiva. Pois o que o governo tem feito até o momento é muito pouco e não atende a necessidade urgente de imigração das mães e todas as crianças.
São poucas as mães que estão evacuados com seus filhos com o apoio do governo. A maioria são da cidade de Iitate e Kawauchi  onde o teor da radioatividade é alta, mas a evacuação é apoiada somente até o mês de agosto. Além disso esta evacuação é restrito às gravidas e lactentes até 3 anos com um acompanhante (pai ou mãe), isto é, se na família tiver outras crianças acima de 3 anos, estes estão fora do alvo de refúgio - o que é uma incoerência absurda - e estas crianças terão de ficar onde estão com o pai.

As mães da cidade de Fukushima, Koriyama e adjacências, apesar de estarem fora do raio de 30 km estabelecidos como área de risco,  também estão alarmadas com a contaminação, pedindo para o governo tomarem providências urgentes para salvar as crianças de Fukushima.
Neste calor de verão que muitas vezes ultrapassam dos 32 graus, as crianças de Fukushima na idade escolar, continuam frequentando as escolas com o pátio contaminado, vestindo camisas de manga comprida, calças compridas e máscaras para proteger-se das radioatividades, sem poder sequer, brincar livremente ao ar livre.
Muitas mães querem aproveitar as férias de verão para se afastarem da região mais contaminda. Pois apesar de já terem muitas famílias que decidiram migrar para outras regiões, a grande maioria não receberam apoio algum, sem esquecer que existem muitas famílias divididas também, que optaram em evacuar somente a mãe e as crianças para cidades mais distantes possíveis.
Há grupos sociais e ONGs que estão batalhando para conseguir apoio do governo e apoio de outras províncias, para a evacuação coletiva. Por exemplo, realizar a evacuação coletiva, divididos em grupos compostos por escolas ou por comunidade onde moram, para que a comunidade local não se disperse totalmente.
Muitos concordam com esta sugestão, porque houve casos na época da guerra, em que grupo de crianças de uma escola se refugiaram em grupo para outra cidade, ficando a salvo dos bombardeios, se ter que dispersar uma comunidade.

Não dá para dixar de comentar, que existem barreiras dentro da própria família, onde há incompreensão dos mais idosos em relação ao problema da radioatividade, que acreditarem fielmente nas informações do governo veiculadas nos noticiários e jornais, ao contrário do que as mães estão fazendo à procura de mais informações na internet e comunidades da internet.
Nisso tudo, as quemais sofrem são as mães que ficam de mãos atadas sem poder agir, por não conseguir o apoio da família. Estes tipos de coisas, tem causado a dissolução de muitas famílias, porque as mães decidem se mudar para outras regiões, levando consigo os filhos com o intuito de protegê-los dos riscos da radiação.

Além disso, não se pode esquecer da proteção das mulheres jovens, que futuramente terão os seus filhos. Sem esquecer que em Nagasaki e Hiroshima, muitas mulheres ficaram impossibilitadas de terem filhos, porque o risco de nascimento de bebês mutilados ou deficientes eram muito grandes, ocorrendo também inúmeros casos de mulheres sendo recusadas ao casamento, só por terem o seu local de nascimento em Nagasaki ou Hiroshima.
Há relatos de parteiras que não é divulgado amplamente, que viu nascer dezenas e centenas de crianças mutiladas depois da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki. Segundo os relatos, as parteiras choravam a cada vez que nasciam crianças desta natureza e por piedade às mães,  diziam a elas, que os bebês nasceram mortos e que não poderiam vê-los.
Essa triste realidade, que é uma tragédia,  está por acontecer novamente em Fukushima, por isso mesmo é que as ONGs e outras entidades sociais estão reinvidicando pela proteção de mães e crianças.


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