domingo, 1 de julho de 2012

Tóquio - Milhares de pessoas no protesto contra reativação da usina nuclear

Aqui estão as imagens que a TV japonesa e os jornais não tem mostrado com tanto interesse.

Local: Em frente à residência oficial do primeiro ministro japonês.

22/Jun/2012  (Reuniu mais de 40 mil pessoas)
Esta pessoa que gravou as imagens deu a volta no quarteirão para mostrar o povo se reunindo nos arredores da residência oficial.


Notou-se a presença de pessoas comuns e não ativistas políticos e etc. São jovens, idosos, famílias... todos protestando contra a reativação da usina nuclear de Ooi que fica na região oete do Japão.


29/Jun/2012  (Reuniu mais de 150 mil pessoas)


O jornal The New York Times publicou uma reportagem a repeito do protesto no mesmo dia, 29 de junho.

E hoje, 1o de Julho a Usina de Ooi está por ser ativado e uma multidão está resunido em frente ao portão principal da usina de Ooi, frente-a-frente com a polícia de choque.

Aqui, as imagens ao vivo
http://ustre.am/zAlt

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Protesto anti-nuclear emTóquio

[Protesto contra a reativação das usinas nucleares]

Hoje a residência do Premier japonês foi cercado por milhares de pessoas, num protesto pacífico e organizado, porém vigiado pela Polícia Metropolitana.
As pessoas começaram a se reunir a partir das 18:00 horas e os protestos continuaram até as 20:00hs.
Os organizadores divulgaram que participaram mais de 40 mil pessoas.
Apesar de todo esse número de pessoas, o noticiário local não tocou no assunto até o momento (21:35).
O assunto foi tocado pela The Wall Street Journal e uma foto do protesto foi publicada no Reuters.
Assisti a transmissão ao vivo da  USTREAM IWJ6, que mostrou o povo chegando, se reunindo e protestando

     [NÃO À REATIVAÇÃO DAS USINAS NUCLEARES!!!]

Com tudo isso, continua a indiferença dos jornais e noticiários que evitam transmitir estes acontecimentos.

No Twitter, muitos estão comentando a respeito desta indiferença da mídia japonesa e criticam a presença e a pressão de "patrocinadores" influenciando na transmissão informações corretas.

Veremos como será o jornal de amanhã...

[Atualizado] 
O Jornal on-line Asahi.com publicou um artigo sobre o protesto desta noite!

sábado, 30 de julho de 2011

Saibam o que é uma Usina Nuclear

Quero que saibam o que é uma Usina Nuclear

Texto original em japonês, do autor Norio Hirai.

1.         Eu não sou nenhum ativista de movimento anti-nuclear

     Eu não sou nenhum ativista de movimento anti-nuclear. Eu trabalhei por durante 20 anos numa usina nuclear.
     Existem muitas discussões sobre a usina nuclear, entre os que são a favor, dos que     dizem que é perigoso ou que é seguro etc., mas eu vou lhes dizer [a usina nuclear é assim], sobre a usina por dentro, que a maioria de vocês não conhecem. E, quando vocês lêrem até o final deste, notarão que uma usina nuclear não é bem o que vocês imaginam e que todos os dias as usinas estarão gerando vítimas de exposição à radiação e as consequentes discriminações graves.
     Talvez sejam coisas que ouvirão pela 1ª vez. Por favor, leiam até o final para tirarem as suas conclusões e decidir o que fazer com as usinas nucleares. Há muitas pessoas que falam a respeito do projeto de uma usina nuclear, mas não há quem fale sobre a sua construção. Porém só se sabe da verdade, conhecendo o lugar.
      Sou especializado em canalizações de grandes plantas (usinas) e de indústrias químicas. Fui recrutado pouco antes do 30 anos para a construção de usina nuclear. Se eu fosse um trabalhador qualquer, não saberia de muita coisa, mas como trabalhei durante muitos anos como supervisor de obras, conheço quase tudo de uma usina nuclear.

2.         [Segurança] não passa de teoria.
    
     Depois do grande terremoto de Hanshin no ano passado (1995), aumentou a preocupação do povo em relação a [destruição da usina nuclear causados pelo terremoto].  Se realmente a usina nuclear está seguro em relação ao terremoto. No entanto, nunca estará seguro. A nação e as companhias eletricas dizem que está seguro, considerando-se o projeto à prova de sismos e o fato das usinas estarem construídas sobre rochas duríssimas, mas isso não passam de teorias.
     No dia seguinte deste grande terremoto, fui a Kobe e parei para refletir porque haviam semelhanças demais com uma usina nuclear. Creio que até então, ninguém pensou ou imaginou que os trilhos do Shinkansen iriam cair e que as autoestradas iriam tombar para o lado.
     O público em geral pensam que na construção de usinas nucleares, trilhos de Shinkansen e de autoestradas são realizados inspeções rigorosas pelas autoridades de responsáveis pela inspeção. Porém, nos destroços dos pilares do trilho de Shinkansen, foram encontrados pedaços de madeiras dos moldes misturados no concreto, além de terem sido notados defeitos de penetração da solda na soldagem da estrutura de aço dos pilares da autoestrada. Aparentemente, pareciam estar soldado, mas a soldagem estava sem efeito e a parte da soldagem estavam totalmente soltas.
     Porquê aconteceu este tipo de coisa? É porque a princípio, deram importância somente às teorias do projeto e a gestão da construção no local foram neglicenciadas. Por mais que não tenham sido as causas dirretas, acontecem desastres desta natureza.

3.        Usina nuclear feito por leigos.

     Mesmo em usinas nucleares, acontecem muitos - até demais - acidentes causados por erros humanos como por exemplo: tubulações conectadas com materiais ou ferramentas esquecidos dentro das tubulações, arame caído dentro do reator e etc. Isto acontece porque são poucos profissionais experientes ou especialistas presentes no local, por isso, por mais que o projeto em si seja muito bom, não são construídos exatamente como foi projetado.
     Na discussão sobre o projeto teórico, o requisito absoluto é a construção executada pelos melhores profissionais ou os chamados artesões qualificados. No entanto, nunca foram discutidos sobre as qualificações das pessoas que estão lá na obra construindo, nem tampouco, qual a situação do canteiro de obras ou do local da construção.
     A realidade é que tanto as usinas, quanto as obras de construções, são construídas por trabalhadores e inspetores, todos leigos, por isso não há nenhuma surpresa se acontecer um desastre envolvendo uma autoestrada, usina ou Shinkansen.
     Os projetos de usinas nucleares do Japão são excelentes, pois são duplamente, triplamente multi-protegidos e são projetados para desligar (parar) quando ocorrer problema em algum lugar. Mas isto é até a etapa sobre o papel (projeto). Quando chega na etapa da construção, começa a bagunça.
     Por exemplo, na hora de construir a sua própria casa, por mais que a casa seja projetada por um excelente arquiteto, se os carpinteiros e os pedreiros que você contratar não forem capacitados, poderá haver vazamento da água de chuva no telhado ou quem sabe, desajustes nas portas e janelas e etc. Infelizmente, esta é a situação das usinas nucleares do Japão.
     A algum tempo atrás, numa obra de construção sempre havia um líder, o chamado capataz de obra, com vastas experiências adquiridas ao longo do tempo e com mais conhecimentos do que um supervisor de obra jovem. Estes especialistas com muito orgulho no seu trabalho, consideravam os acidentes/dasastres e a omissão das partes cruciais como uma desonra, além de saber muito bem a desgraça de um desastre. Mas de 10 anos para cá, os capatazes desapareceram dos canteiros de obra. Estão recrutando leigos sem experiência. Os leigos não sabem o que é ter  medo de um acidente. Trabalham sem nenhum conhecimento do que é omissão das partes importantes e nem sabem o que é ou como é uma obra defeituosa. Este é a realidade da usina nuclear.
     Por exemplo, na usina nuclear de Fukushima da Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco), o reator entrou em funcionamento sem se dar conta de que tinha um arame caído dentro do reator. Por pouco teria sido um gravíssimo desastre envolvendo o mundo inteiro. A pessoa que deixou cair, sabia que o arame estava lá, mas não tinha noção da gravidade do desastre que poderia ter causado. Nesse sentido, uma usina nuclear envelhecido (deteriorado) é perigoso, mas as novas usinas construídas por leigos também é perigoso da mesma forma.
     Depois que diminuiram o número de profissionais nas obras, as obras foram manualizadas, ou seja, especificadas em manuais. A “manualização” não significa construir olhando os desenhos. Significa que uma determinada parte é montada em fábricas e estes são levadas ao canteiro de obras para serem montadas, por ex: montar o No 1 com o No 1, o No 2 com o No 2 e etc., como se fossem bloquinhos (blocos de construção). E desta forma constróem sem saber o que está fazendo no momento, sem saber se está fazendo algo importante, ou seja, constróem sem noção algum do que estão fazendo. Este é uma das causas de terem aumentado a incidência de acidentes e defeitos.
     Além disso, uma usina nuclear é sempre acompanhado de problemas relacionados à exposição das pessoas à radioatividade, que impede o treinamento de um sucessor suficientemente habilitado como em outros tipos de trabalhos. O ambiente de trabalho de uma usina nuclear é escuro e quente, é um lugar onde não se pode nem conversar porque tem que ser usado uma máscara de proteção, por isso a comunicação é feita através de mímicas. Desta forma é difícil ensinar as técnicas adequadamente. Ainda por cima, quanto mais a pessoa for expert, alcançam mais rápidamente a dose admissível de radiação ao ano, sendo impedido de entrarem no ambiente. Por isso mesmo, acabam aceitando os leigos.
     Por exemplo: No caso de um soldador, poderão ter visão afetada e ao passar dos 30 anos, ficarão debilitados sem poder executar trabalhos minunciosos. Consequentemente, se for trabalhador de uma usina de petróleo, onde há muitos trabalhos minunciosos, já não poderão trabalhar. E daí, se tiver uma oferta de trabalho numa usina nuclear, acabam indo mesmo que a diária diminua um pouco.
     Vocês podem estar equivocados de alguma forma ao pensarem que uma usina nuclear seja uma coisa tecnológicamente sofisticada, mas não é tão sofisticado assim.
     Por isso, pelo fato das usinas nucleares serem construídas por leigos, futuramente as usinas se tornarão incontroláveis.  

4.        Inspetores e Inspeção nominal

     Há pessoas que dizem que não haverá problema algum se as inspeções forem rigorosas, mesmo que os profissionais experientes na construção de usina nuclear desapareçam. Mas o grande problema é este sistema de inspeção. A inspeção no Japão só inspeciona o que já está pronto – e não deveria ser desta forma. O importante numa inspeção é ver o processo de construção.
     Por ex: se for no caso de soldagem, o inspetor teria que ter habilidade suficiente  ao ponto de demonstrar pessoalmente como se faz a soldagem - “Não é assim, observe bem, é assim que se faz a soldagem” – se não, não é uma inspeção adequada. Um inspetor desta natureza, sem nenhuma habilidade, não conseguirá fazer uma inspeção correta. A realidade hoje, é que as inspeções realizadas pelas autoridades de inspeção, simplesmente, ouvem as explicações das fabricantes ou das construtoras, para dar a aprovação se tiverem apresentado os documentos necessários.
     Quando começaram a aconter acidentes em usinas nucleares com frequência, decidiram na reunião de gabinetes, a colocação de um inspetor especialista em gestão de operação em cada usina nuclear. São oficiais do governo que dão a autorização de funcionamento às usinas nucleares recém-construídas ou pós inspeção (inspeção periódica). Eu sabia que estes oficiais do governo eram leigos, mas não sabia que eram tão ruins.
     O que quero dizer, é o seguinte. Quando estava palestrando em Mito (Província de Ibaraki), uma pessoa que se identificou como funcionário da Agência de Ciência e Tecnologia fez um pronunciamento dizendo: “É até vergonhoso, mas somos totalmente leigos”. Ele disse ainda, “Nós nunca deixávamos nossos funcionários irem ao local, porque seriam expostos à radiação. E como sabíamos que tinham oficiais do governo sobrando no MAFF (Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca) por causa da reforma administrativa, as pessoas que ontem estavam orientando sobre sericicultura (criação do bicho de seda), ou sobre criação de atuns de rabo amarelo, no dia seguinte estavam sendo designados a assumirem o cargo de inspetor especialista. Estas pessoas totalmente leigas, na função de inspetor especialista de usinas nucleares, deram a autorização de funcionamento. O inspetor da usina nuclear de Mihama, até 3 meses antes, trabalhava inspecionando arroz.” E ele nos contou isso dizendo os nomes destes oficiais. Como podemos confiar na autorização de funcionamento de uma usina nuclear, dado por uma pessoa totalmente leiga.
      Quando aconteceu um acidente grave na usina nuclear de Fukushima, que acionou a ECCS (Sistema de resfriamento de emergência do núcleo do reator), o jornal Yomiuri divulgou “oficial especialista local, é um estranho no ninho”. Esta pessoa soube do acidente grave ocorrido na usina nuclear que era de sua responsabilidade, somente no dia seguinte, através de jornais. Porque o oficial não sabia de nada? Isto aconteceu porque a companhia elétrica sabia muito bem que o oficial era totalmente leigo e que no meio daquela confusão toda, como se estivessem no meio de um incêndio, eles não teriam tempo para explicar um por um, o que estava se passando, como se fosse explicar a uma criança, por isso deixou o oficial largado sem deixar entrar no local do acidente. Por isso o oficial não sabia de nada.

 

5.        Projeto à prova de sismos malfeito
6.        Obras de inspeção periódica executada por leigos
7.         Fluxo constante de radioatividade para o oceano
8.       A exposição interna é a mais perigosa
9.        Ambiente de trabalho totalmente diferente dos normais
10.    Lavagem celebral de 5 horas para ensinar a [segurança absoluta]
11.     Quem irá salvar?
12.    O susto da ruptura nas tubulações da Usina nuclear de Mihama.
13.    Desastre grave na Usina Monju
14.    Plutônio japonês usado em armas nucleares da França?
15.     O Japão não tem coragem de interromper no meio do caminho
16.    Usina nuclear que não pode ser desmontada e nem desativada
17.     Monitoramento e gerenciamento [Fechado]
18.    Lixo nuclear sem esperanças
19.    Exposição dos moradores e a discriminação horrível
20.   [Eu posso ter fihos? Mesmo que eu fique sem energia nuclear, eu não quero usina nuclear]
21.    Não se pode tranquilizar enquanto existir a usina nuclear.

OBS: O texto traduzido estará sujeita à correções.  Tem o nome de uma Associação na  parte que ainda está por ser traduzida, que precisa ser confirmada, pois a sua existência é duvidosa.
Estarei oucpada por alguns dias, por isso, assim que puder, traduzo o restante.

domingo, 17 de julho de 2011

Fukushima - o que gira em torno de evacuação materna

Passaram-se quatro meses e cinco dias do grande terremoto que assolou a região nordeste do Japão e do desastre nuclear da usina Dai-ichi de Fukushima que ainda hoje continua sem controle, gerando problemas no meio ambiente, um atrás do outro, como a contaminação dos produtos agrícolas e das carnes bovinas com material radioativo como o Iodo, Césio e Estrôncio radioativo.
Já foram detectados o Césio radioativo em leite materno coletado de mães moradoras das regiões de Ibaraki, Saitama e Fukushima, além de terem sido detectados também materiais radioativos em produtos agrícolas como espinafres, cogumelos, folhas de chá etc., prodzidos em Ibaraki, Gunma, Saitama, Kanagawa e até em folhas de chá de Shizuoka que fica a mais de 200 km de Fukushima.  
Isto significa que outros produtos agrícolas e as terras de todas estas regiões provavelmente estão contaminadas, sendo em grandes ou pequenas escalas.

O problema maior da contaminação do meio ambiente com materiais radioativos como o Iodo, Césio e Estrôncio radioativos, é que todos estes são nocivos à saúde, principalmente na saúde do feto e das crianças lactentes, podendo causar câncer, leucemia e outras deficiências nas crianças.

Atualmente, estão sendo cobrados medidas drásticas e enérgicas do governo, em relação à proteção das mães e crianças.

A permanência de grávidas e crianças em áreas contaminadas põe em risco a saúde, pelo fato dos fetos e crianças lactentes terem facilidade em absorver o Iodo radioativo através da alimentos ingeridos pelas mães e também pelo leite materno. Além do fato do Estrôncio se acumular fácilmente nos ossos. 
Em meio a tudo isso, como está mendionado no artigo anterior, a rede das mães amigas estão se organizando e se manifestando para pressionar o governo local a conseguirem apoio financeiro para efetuarem a evacuação das mães e crianças, sendo individual ou coletiva. Pois o que o governo tem feito até o momento é muito pouco e não atende a necessidade urgente de imigração das mães e todas as crianças.
São poucas as mães que estão evacuados com seus filhos com o apoio do governo. A maioria são da cidade de Iitate e Kawauchi  onde o teor da radioatividade é alta, mas a evacuação é apoiada somente até o mês de agosto. Além disso esta evacuação é restrito às gravidas e lactentes até 3 anos com um acompanhante (pai ou mãe), isto é, se na família tiver outras crianças acima de 3 anos, estes estão fora do alvo de refúgio - o que é uma incoerência absurda - e estas crianças terão de ficar onde estão com o pai.

As mães da cidade de Fukushima, Koriyama e adjacências, apesar de estarem fora do raio de 30 km estabelecidos como área de risco,  também estão alarmadas com a contaminação, pedindo para o governo tomarem providências urgentes para salvar as crianças de Fukushima.
Neste calor de verão que muitas vezes ultrapassam dos 32 graus, as crianças de Fukushima na idade escolar, continuam frequentando as escolas com o pátio contaminado, vestindo camisas de manga comprida, calças compridas e máscaras para proteger-se das radioatividades, sem poder sequer, brincar livremente ao ar livre.
Muitas mães querem aproveitar as férias de verão para se afastarem da região mais contaminda. Pois apesar de já terem muitas famílias que decidiram migrar para outras regiões, a grande maioria não receberam apoio algum, sem esquecer que existem muitas famílias divididas também, que optaram em evacuar somente a mãe e as crianças para cidades mais distantes possíveis.
Há grupos sociais e ONGs que estão batalhando para conseguir apoio do governo e apoio de outras províncias, para a evacuação coletiva. Por exemplo, realizar a evacuação coletiva, divididos em grupos compostos por escolas ou por comunidade onde moram, para que a comunidade local não se disperse totalmente.
Muitos concordam com esta sugestão, porque houve casos na época da guerra, em que grupo de crianças de uma escola se refugiaram em grupo para outra cidade, ficando a salvo dos bombardeios, se ter que dispersar uma comunidade.

Não dá para dixar de comentar, que existem barreiras dentro da própria família, onde há incompreensão dos mais idosos em relação ao problema da radioatividade, que acreditarem fielmente nas informações do governo veiculadas nos noticiários e jornais, ao contrário do que as mães estão fazendo à procura de mais informações na internet e comunidades da internet.
Nisso tudo, as quemais sofrem são as mães que ficam de mãos atadas sem poder agir, por não conseguir o apoio da família. Estes tipos de coisas, tem causado a dissolução de muitas famílias, porque as mães decidem se mudar para outras regiões, levando consigo os filhos com o intuito de protegê-los dos riscos da radiação.

Além disso, não se pode esquecer da proteção das mulheres jovens, que futuramente terão os seus filhos. Sem esquecer que em Nagasaki e Hiroshima, muitas mulheres ficaram impossibilitadas de terem filhos, porque o risco de nascimento de bebês mutilados ou deficientes eram muito grandes, ocorrendo também inúmeros casos de mulheres sendo recusadas ao casamento, só por terem o seu local de nascimento em Nagasaki ou Hiroshima.
Há relatos de parteiras que não é divulgado amplamente, que viu nascer dezenas e centenas de crianças mutiladas depois da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki. Segundo os relatos, as parteiras choravam a cada vez que nasciam crianças desta natureza e por piedade às mães,  diziam a elas, que os bebês nasceram mortos e que não poderiam vê-los.
Essa triste realidade, que é uma tragédia,  está por acontecer novamente em Fukushima, por isso mesmo é que as ONGs e outras entidades sociais estão reinvidicando pela proteção de mães e crianças.


Fukushima - "Evacuação materna" e manifestação de independência

Mudanças na forma de confrontar com as "informações" após catástrofe do terremoto e a crise nuclear.

Vocês conhecem a palavra "Evacuação materna*"?
* Na época da segunda guerra mundial, muitas famílias optaram pela "evacuação materna", ou  seja, evacuaram as mães juntos com os filhos, para uma região distante da área crítica, para proteger as mulheres e as crianças dos bombardeios durante a guerra.
O desastre nuclear ocorrido na usina nuclear Dai-ichi de Fukushima, até hoje vem liberando material radioativo ao meio-ambiente. 
Atualmente, a "Evacuação materna" se referem às mães e filhos que migram para fora da área crítica temporáriamente, para outras cidades, para evitar os impactos da radioatividade. A maioria são mães que têm filhos lactentes ou pequenos, que se sentem inseguras em relação à contaminação radioativa. São mães que moram na região periférica de Tóquio e do nordeste do Japão (principalmente Fukushima e províncias adjacentes).
Estão migrando principalmente para as regiões de Kansai e Hokkaido, ou seja, para regiões onde os impactos da radioatividade são relativamente pequenas. Há casos até de pessoas mudando para o exterior, rumo a EUA e EU.
Não se posso deixar de comentar que muitos brasileiros resolveram retornar ao Brasil depois do grande terremoto e desastre nuclear...
Após o desastre nuclear, há muitas prefeituras regionais de diversas províncias e NPOs (Organizações sem fins lucrativos) que estão oferecendo assistências às mães e já existem vários Sites na internet apoiando a Evacuação materna.

As mães já não acreditam mais nos jornais e TV
Hoje, as pessoas que estão mais sensíveis às informações relacionados aos materiais radioativos e usina nuclear, que estão superaguçadas em relação a autenticidade das informações talvez sejam as mães citadas acima.
Para proteger a vida de seus filhos, elas estão atentas às informações para o distinguir o que é seguro e o que é perigoso, selecionando e coletando informações úteis em meio a  vasta quantidade informações veiculados nos jornais, televisões, revistas e internet, compartilhando posteriormente na rede de informações das mães amigas (as chamadas Mama-tomo).
Só que últimamente, estas mães já não estão mais procurando informações nos jornais, tvs ou revistas. Agora o alvo delas para coletar as informações é a internet.
Elas compartilham informações do tipo: em que site podem encontrar informações úteis e inclusive, se as informações são confiáveis ou não,  ou sabem até mesmo quais são os sites de Professores de universidade com conhecimento aprofundado em radioatividade, de ex-engenheiros de usina nuclear, de pessoas que estão fazendo levantamento independente sobre a radioatividade e etc.
É claro que não são poucas as informações veiculadas na internet que são de origem duvidosas e demagogas. Mas mesmo assim, as mães coletam as informações e  selecionam as úteis. Elas decidem acreditar ou não nas informações avaliando-as por diversos ângulos, usando a rede de informações de mães amigas e SNS como a Mixi etc.
E por consequência, tem sido notado a diminuição do grau de dependência em relação às informações divulgadas nos jornais, tvs e a mídia em geral. Pois mesmo que um jornal divulgue alguma infromação de primeira mão, elas já estão com a mania de conferir como poderiam avaliar tal informação, sem aceitar as informações ao pé da letra como é divulgado.

Avaliam as informações, sem aceitá-las ao pé da letra como é divulgado
Crescimento notável na literácia das informações.
Se tudo isso fosse antes do apareciemento das nets, talvez elas decidissem como agir, dependendo das informações veiculadas nos jornais e noticiários da TV. A mudança na postura de aceitação das informações é muito interessante.
A algum tempo atrás, quando apareceu a internet, havia um professor de universidade que apontava que heveria a reversão do equilíbrio entre a oferta e a demanda das informações, por causa da imensidade de informações geradas na internet. Ou seja, que estaria chegando a era em que haveriam muito mais oferta de informações do que nós pudéssemos consumir num dia. E que seria cobrado a escolha da pessoa, sobre [que informação colher e quais o que deveriam desconsiderar]. Isto é, que haveria uma grande mudança no modo da pessoa confrontar-se com as informações.
Por exemplo, antes da internet, procurávamos as informações em mídias limitadas como os jornais, tvs e revistas. Provávelmente as quantidades de informações estavam dentro de nossas capacidades de consumí-las, além de que pouquíssimas pessoas (exceto os especialistas) teriam meios de avaliar ou comparar a informação por diversos ângulos.
No entanto, com o aparecimento da internet, esta situação mudou completamente, pois agora, qualquer pessoa pode comparar e avaliar as informações. 
Digamos que um determinado artigo com uma determinada opinião seja divulgado nos jornais, ao procurarmos as informações sobre o assunto na internet, logo encontraremos diversos comentários a favor ou contra este artigo. Isso permitirá que o próprio leitor compare as opiniões escrito no artigo, com as opiniões dos comentários, para se certificar de sua própria opinião.
As mídias existentes não são perfeitas. As pessoas procuram pontos de vistas diferentes na net para depois organizar os seus próprios raciocínios. A forma de aceitação das informações com certeza está mudando.

O ponto de virada causado pela catástrofe do terremoto e a crise nuclear
Pode-se dizer que a catástrofe e a crise nuclear deu um empurrão para dar o próximo passo à mudança. Pois não parou na simples avaliação das informações, e agora está pressionando até a [ação]. 
Por exemplo, digamos que tenha sido veiculado a seguite notícia:  
[Foram detectados substâncias radioativas na água encanada, acima do limiar estabelecido] e que os jornais, noticiários de tv e revistas repetem os comentários onde dizem:
[O governo diz que não há impacto imediato à saúde].
Numa hora dessa, como você interpretaria a informação e como agiria?
Na internet são encontradas as opiniões que dizem  ser [seguros] e outros que dizem ser [perigosos] , e mesmo que você leia todos eles, não chegaria a resposta alguma.
No final das contas, você mesmo tem que decidir se acredita ao pé da letra, fielmente, nas palavras do governo e continua a consumir água encanada ou se continua a comprar água mineral para o seu consumo. Para se  tomar uma decisão é necessário procurar as informações desesperadamente.
Não é somente a questão da água potável, o alimento, a moradia... Quem mais sofre com essa realidade são as mães com os seus filhos pequenos.

O movimento de manifestação de independência
Em que informação devemos acreditar e como devemos agir.
Até então nós talvez nunca enfrentamos situação como esta, no qual somos pressionados a escolher as informações independentemente. 
Na realidade, este trabalho de selecionar as informações é muito cansativo. Pois temos que ter um padrão estabelecido para determinar quais as informações corretas e quais as incorretas, para tomar a decisão da escolha.
No entanto, ninguém nos protegerá. Numa hora como esta de crise nuclear que não se resolve, nos é exigido - a cada um de nós - a tomar decisões através da seleção de informações.
É claro que este movimento levará à mudança, na forma como as coisas são veiculadas pela mídia.
A catástrofe do terremoto e a crise nuclear mudou a nossa forma de confrontar com as informações. Provávelmente, não podemos mais volta a trás. 

Este é a tradução de um artigo do Satoshi Ebitani, encontrado no Nikkei Business on-line.


sábado, 16 de julho de 2011

Miyagi - Carne bovina contaminadas com radioatividade

Em Miyagi, foram detectados Césio radioativo nas palhas de arroz, em 3 locais das cidades de Tome e Kurihara.  Diante este fato, a província iniciou o inquérito em todas os 900 produtores de carne da província.
A província tinha iniciado a medição de radioatividade nos pastos em maio e já estava sendo efetuado a restrição voluntária de alimentação dos bovinos com o pasto da região. A alimentação estavam sendo liberadas conforme a confirmação da segurança através da medições.
A alimentação como os pastos da região ainda continuam restritos nas cidades de Marumori e em partes da cidade de Kurihara.
Estas medidas de restrições de alimentação como o pasto, incluía as palhas de arroz.
O governo vinha explicando às cooperativas agrícolas para não alimentarem os gados colhidos após o desastre da usina nuclear Dai-ichi de Fukushima. Porém nas cidades de Tome, Ishinomaki, Sendai e sul de Kurihara, os valores medidos eram baixas e o pasto não tinha sido restringido, sendo natural que os produtores tenham alimentado os seus gados com as palhas de arroz.
O fato de terem encontrado Césio radioativo em Kurihara que fica a mais de 120 km da usina Dai-ichi de Fukushima, causou um grande choque à província.

A alguns dias já vem sendo divulgado este problema de carne contaminada com radioatividade, mas eram carnes produzidas em Minami-Soma na província de Fukushima. Desta vez o impacto foi bem maior por terem sido detectados em carnes produzidos em Miyagi.
Os produtores de carne de Minami-Soma, tiveram as suas carnes contaminadas por terem alimentado os gados com as palhas de arroz que estavam depositados ao ar livre. Segundo os comentários de alguns produtores, não tiveram opções em alimentar os gados com estas palhas que estavam ao ar livre porque numa determinda época, nenhuma transportadora queria levar quaisquer produto para a região, inclusive a ajuda pós-terremoto demorou a chegar em Minami-Soma por este mesmo motivo. Os produtores alimentaram seus gados com as palhas, para que os bois não morressem de fome...
Não passe de mais uma tragédia irreparável causado pelo desastre nuclear...
Se os pastos e as palhas estão contaminadas, lógicamente os demais produtos agrícolas também devem estar contaminadas, não querendo alarmar, mas é necessário ficar atento às medidas tomadas pelo governo em relação aos produtos agrícolas destas regiões.

sábado, 2 de julho de 2011

Fukushima - Detectado Césio radioativo na urina de crianças.

Foram detectados césio radioativo na urina analisada de 10 crianças da cidade de Fukushima.
Há grandes possibilidades das crianças terem sido expostos à radiação internamente - O Governo e a Administração da Província devem urgentemente, realizar o exame nas crianças para verificar a exposição interna.


No dia 30, As ONGs "Rede Fukushima para proteger as crianças da radiação", grupo FUKUROU e mais 4 grupos realizaram a coletiva para a imprensa e declararam que foram detectados o Césio 134 e 137, na urina coletada de 10 crianças que foram analisadas.
Este exame foi realizado a fim de obter provas, para exigir ao governo nacional e à administração da província, a realizarem urgentemente, o exame para verificar a exposição interna das crianças e com isso, tomarem medidas necessárias para minimizar os danos causados por radiação nas crianças de Fukushima.
Foram examinados a urina de 10 crianças entre 6 a 16 anos. A análise foi feita por uma ONG francesa de medição de radioatividades - ACRO.


O Presidente da ACRO que esteve presente na coletiva, explicou que em relação ao resultado obtido, não se sabe se a exposição interna foi devido à nuvens radioativas geradas logo após a explosão da usina nuclear de Fukushima, ou se entrou no corpo posteriormente através da inalação ou de ingestão de alimentos etc., devidos à contaminação ambiental.  Fez  a observação de que, se for a primeira hipótese a expoisção é elevada, se for a segunda, a exposição é baixa porém contínua. Explicando também que, considerando-se tudo isso,  há necessidade de efetuar medição periódicamente, através de antropogamametria (contador ou medidor de corpo inteiro) e de exames de urina.
Comentou ainda sobre a necessidade de realizar o levantamento contínuo, pois se a causa da exposição for através da inalação ou ingestão de alimentos, poderão identificar a causa e melhorar a situação e assim, minimizar a exposição.
Diante destes resultados, as ONGs realizaram no último dia 30, a  [Negociação com o governo, para Promover a evacuação e exigir assitência aos moradores de evacuação voluntária].


Comentários a a respeito dos resultados de exame de urina da ACRO
A ACRO fez a análise de urinas das crinças que moram na cidade de Fukushima, que fica a cerca de 60 km da usina nuclear de Fukushima. O resultado é extremamente claro: todas as amostras estavam contaminadas com Césio 134 e 137, numa concentração de 0,4 a 1,3Bq/litro.
Isto significa que todas estas crianças entre 6 a 16 anos estão contaminadas pelo Césio 134 e 137. Provavelmente estiveram contaminadas pelo Iodo 131 também, porém pelo fato o Iodo 131 sofrer redução rápida, já não são detectados atualmente.
É difícil de avaliar a dose de radiação do corpo todo através destes dados.
Estão sendo exigidos enérgicamente ao governo, a medição organizada da exposição interna das pessoas que vivem na área contaminada ou que estiveram expostos ao nuvem radioativo. Isto é fácil de se realizar através da Antropogamametria.
O resultado de medição da exposição interna deve ser considerada como parte da quantidade de exposição pública.
O resultado obtido servirá também para reforçar a nossa opinião de que os critérios de evacuação estabelecido pelo governo japonês é alto demais.
Não só a ACRO, mas muitas entidades ONGs vem criticando este critério de 20 mSv (milisieverts)/ano, estabelecido após o desastre nuclear. Pois  é o dobro do critério estabelecido pelo governo francês para pós-desastre que é de 10 mSv/ano e 20 x maior que o nível aceitável ao público durante o período normal.
Esta contaminação é decorrente da nuvem radioativa ou devido aos alimentos contaminados, ou até mesmo de ambos. A exposição interna também deve ser considerada como uma outra forma de contaminação radioativa. Este critério admissível em relação à exposiçao interna deve ser reduzida.
Fonte: .Grupo FUKUROU
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Lembrete: as escolas de Fukushima estavam ou ainda estão alimentando as crianças com os produtos agrícolas e leites produzidos na região... além de que muitos se alimentas da sua própria horta, tudo isso porque o governo autorizou a circulação destas mercadorias.


A situação das crianças é grave, precisando urgentemente de medidas como evacuação obrigatória das famílias que moram na região mais afetada, até mesmo a avaliaçao de imigração  em massa para outras regiões do Japão.
Há muitas províncias e cidades oferecendo moradias e trabalho para as pessoas interessadas, mas a população fica com pé atrás por que o governo diz que "está tudo bem" além da incerteza de que haverá o resarcimento sobre os danos causados.