sábado, 25 de junho de 2011

2011 - A realidade após desastre nuclear de Chernobyl.



Um Documentário de TV Italiana mostra as crianças internadas num Hospital de Kief na Ucrânia.
A geração que nasceram na época do desastre de Chernobyl, cresceram e agora como mães, estão sofrendo as concequências de um desastre nuclear.
Não se pode negar que não vá acontecer o mesmo aqui no Japão, daqui a alguns anos...

Estes tipos de informações não são divulgadas ao público aqui no Japão, por acharem que não há como provar o correlacionamento, mas sem dúvidas, lá no perímetro de 100 km do epicentro do desastre de Chernobyl, estão nascendo criancas deficientes, deformadas e doentes.

Alguns milhares de pessoas que tem acesso ao net, obtém estas informações e repassam retwiteando ou divulgando em suas Home pages ou Blogs.

O limiar que o geverno japonês estabelceu - 20 milisievert/ano - como sendo segura e sem riscos à saúde, é realmente duvidosa e sem fundamentos quanto à segurança. Na opinião de muitos especialistas que não são "da panelinha nuclear", o governo não quer expandir o maldito "zona de risco", para não ter que arcar com as despesas de imigração dos moradores que precisam ser tirados daquela região.

A Vila Iitate em Fukushima onde resolveram proteger as suas crianças e grávidas, as despeas são arcadas pela adm. pública, para o refúgio de crianças lactentes (até 3 anos) e 1 responsável (mãe ou pai) e as grávidas.
Vejam só a incoerência! Se uma família composta por 4 pessoas - por exemplo: pai, mãe, filhos de 4anos e de 3 anos - a família terá que se dividir totalmente, ficando 1 adulto com uma das crianças de 4 anos e outro com a de 3 anos... Muitos resolveram não se refugiar porque a família iria ser toda dividida... E assim, as crianças continuam expostas à radiação.

Muitas mães estão sofrendo em Fukushima, por causa disso, elas querem imigrar para outras regiões e estão impedidas por não terem meios próprios e estarem sob pressão dos familiares (principalmente por parte do marido) que acham que as mães estão fazendo tempestade em copo dágua - Soube através da minha sogra que mora em Fukushima, que muitas das noras das amigas dela estão refugiadas em outras regiões e alguns estão no pé de separação porque não querem retornar à cidade de Fukushima e redondeza, porque não querem arriscar a vida de seus filhos.

Com certeza, para uma mãe o que mais pesa na balança é a vida dos filhos.

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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Passeata anti-nuclear "1 milhão de pessoas em ação"

No último dia 11, diversos grupos em 150 pontos do Japão fizeram passeata anti-nuclear, intitulado "1 milhão de pessoas em ação"


Só em Shibuya - Tóquio, reuníram mais de 20 mil pessoas e outros milhares de pessoas participaram da passeata em protesto contra energia nuclear nas principais capitais do país, como em Osaka, Kobe, Fukuoka, Nagasaki, Hiroshima, Fukuyama, Nagoya, Yokohama, Sendai, Sapporo etc.


O movimento de protesto foi transmitido ao vivo via internet pela Independent Web Journal (IWJ) e OurPlanet-TV.


O interessante é que a mídia japonesa pouco tocaram no assunto e o que se passou no noticiário da TV foram pouquíssimos.

Abaixo, o pouco que foi transmitido pela TBS News


Numa outra emissora transmitiram imagens de uma passeata de 200 moradores contra a mudança à vizinhança, dos adeptos da seita Aleph que é a antiga Aum Shinrikyo. Mas nada de mostrar a passeata anti-nuclear.
O movimento anti-nuclear tende a aumentar cada vez mais, contrária ao descaso da mídia que ainda continuam amarrados aos seus patrocinadores...

Fukushima - mais 6 funcionários com dose excessiva de radiação e mais...

   A empresa Tepco fez o levantamento sobre a dose de exposição dos seus funcionários que trabalham na Usina Nuclear Dai-ichi de Fukushima, referente ao  mês de março e dentre os 2300 funcionários examinados, 6 excederam a dose de radiação de 250 milisieverts anuais que é o limiar da dose de radiação permitida para emergência.
   Com isso, agora são 8 funcionários no total, que estão com dose excessiva, e a dose mais alta foi de 497 milisieverts.
   O Ministério da saúde vinha solicitando a apresentação do relatório de dose de exposição de todos os 3,700 funcionáiros que trabalham na usina, mas só foram reportados de fato, o levantamento feito em 2,300 pessoas, que não passam de 60% .
   O Ministério considera este fato extremamente lamnetável e instruiu para que apresentem dos resultados de levantamento de todos os funcionários, ainda durante esta semana.
 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fukushima - Possibilidade do combústível derretido ter perfurado o vaso de pressão...

Foi revelado o conteúdo completo do relatório que o governo irá entregar à Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), sobre o desastre nuclear da Usina Dai-ichi de Fukushima.
O relatório aponta a possibilidade do combustível nuclear derretido ter  perfurado o fundo do vaso de pressão e se acumulado no recipiente de contenção, nos reatores 1 a 3 que estão danificados.
O fenômeno do combustível nuclear derretido cair para o recipiente de contenção é denominado "Melt thru"(fusão total), que excede o fenômeno de "Melt-down" (derretimento do núcleo do reator).
Até então, havia sido evidenciado o vasamento da água altamente contaminada com material radioativo, através dos furos da barra de controle que fica no fundo do vaso de pressão. Mas pela primeira vez, o governo admitiu oficialmente a possibilidade de "Melt thru".


Fukushima - o receio dos pais em relação aos filhos pequenos...


O valor de referência provisória estabelecida pelo governo em relação à quantidade de exposição permissível para as crianças, de 20 milisieverts anuais, vem causando muitas polêmica em Fukushima.
Os pais estão reivindicando a diminuição do valor de referência, por considerar muito alto o risco de expor as crianças a este teor de radiação. Visto que, há casos confirmados de aumento de carcinogênese em crianças que se exporam à radiação, principalmente o caso do câncer da tireóide que tiveram aumento notável pós desastre nuclear de Chernobyl.
Segundo o Dr. Ira Helfand MD, o risco de uma criança ter câncer no futuro ao se expor à radiação, é de 2 a 3 vezes maior do que o risco de um adulto.
O valor de 20 milisievert que é igual ao limiar estabelecido para um funcionário que trabalha em intalações nucleares dos EUA, para uma criança é muito alto.
No blog abaixo, há um vídeo onde o Dr. Ira fala a respeito do problema (inicia aos 27 minutos do video)  http://yanaseyosuke.blogspot.com/2011/04/ira-helfandyoutube.html

Num documento do próprio Ministério da Educação, diz que a dose de 0,2 microsievert/hora dentro do corpo tem o mesmo impacto de uma dose de radiação de 100 milisievert na parte externa do corpo. O que indica a gravidade da situação das crianças de Fukushima.
Apesar de terem sido comunicado às escolas para não executarem atividades externas em todas as escolas com radiação notadamente altas, não é uma medida suficiente, pois o solo está contaminado, deixando as crianças à mercê da radiação. 

A administração pública atrasou-se bastante em termos de coleta de informações como a medição da radiação no ambiente escolar, o que tem deixado os moradores, os pais principalmente, muito preocupados, por não saberem ao certo, quanto os seus filhos já se exporam, além de não se saber a quantidade acumulada no corpo.
Muitos pais compraram os medidores de radiação por conta própria e se uniram fazendo medições em locais onde as crianças costumam manter as atividades, como no pátio das escolas, nos parques e no caminho da escola. Alguns enfrentaram dificuldades por terem sido impedidos pelas escolas de efetuar a medição dentro do pátio, mas que depois de muita insistência conseguiram convencer os professores e a administração municipal em realizar as medições.

Alguns especialistas tem sugerido a imigração das crianças e grávidas o mais rápido possível, o que já foi iniciado em algumas cidades. E para os que permanecem na cidade, sugerem o uso do crachá medidor de radiação (que os profissionais da área utilizam) pelas crianças que permanecem nas áreas de risco.  Pois com este crachá poderia ser feito o acompanhamento do acúmulo de exposição à radiação, assim como a conscientização das próprias crianças para se prevenirem contra a radiação.
Estão sendo polêmicos os valores de referência em em termos de produtos alimentícios também, principalmente por causa da exposição interna que ocorrem quando o material radioativo é ingerido.
O grande problema é que neste valor de referência estabelecido de 20 milisievert anuais,  não está incluído a exposição interna e leva em conta somente a exposição externa. No dia-a-dia, as crianças estão se alimentando e não se pode dizer que não há radiação na comida, principalmente porque a matéria-prima usado na refeição escolar é produzida lá mesmo em Fukushima.
As escolas e creches tem trabalhado bastante para tentar diminuir a exposição à radiação, fazendo a retirada do solo e das gramas contaminadas dos pátios, além de lavar o prédio inteiro das escolas e creches na tentativa de reduzir o material radioativo que estejam colados nas paredes externas.
A alegação do governo é que o valor foi estabelecido relativamente alto, por estarem numa emergência e que pretendem diminuir o valor de referência, aos poucos. Também a alegação do governo é que o valor máximo é 20 milisievert/ano, mas não significa que podem expor as crianças a tal teor e que quantos menos for, melhor.
Só que pelo ponto de vista da administração municipal e das escolas, se o valor máximo é 20, é porque o governo julgou ser seguro para as crianças. E com isso ficam de mãos atadas sem poder tomar medidas como o afastamento das crianças para áreas menos contaminadas.
E nessas interpretações diferentes entre as partes, quem fica "suspenso no ar" sem saber o que fazer, são os pais.
As famílias que têm condições financeiras, trataram de afastar as crianças de Fukushima, mandando-0s para outras áreas menos contaminadas ou até mesmo para outras províncias.
A grande maioria que não tem para onde correr, permanecem em Fukushima enfrentando o medo diáriamente,  sentindo a insegurança em relação ao futuro de seus filhos. Muitos deles desconfiam que o governo não quer diminuir o valor de referência, pois muitos logo atingirão o limiar e com isso terão que admitir a imigração das crianças e grávidas e consequentemente terão que arcar com todas as despesas imediatas, além de indenizações futuras.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fukushima - 850 mil tera becquerels de material radioativo...

A Agência de Seguança Nuclear corrigiu a quantidade total de meterial radioativo lançado ao meio ambiente no desastre nuclear da usina nuclear Dai-ichi de Fukushima. Até então, a estimativa era de 370.000 tera* becquerels, que de acordo com o resumo dos resultados de análises foi corrigido para 850.000 tera becquerels.
O Comité de Segurança Nuclear do gabinete do Goveno já havia apontado a subestimação, pois pelos cálculos do comité, havia sido estimado em 630.000 tera becquerels.
Após reportar ao Comité de Segurança Nuclear do gabinete, o resultado será incluso no relatório do governo jaonês que será apresentado na Reunião Minsterial da IAEA(Agência Internacional de Energia Atômica).
O nível de calssificação do desastre nuclear segundo a INES (Escala Internacional de Acidentes Nucleares) não altera o nível, mesmo depois da correção dos números a maior.

*Tera = 1 trilhão.
 850.000 tera = 850.000 x 1 trilhão....(haja zeros)....