sexta-feira, 29 de abril de 2011

[Usina Nuclear de Fukushima] Conselheiro do Gabinete pediu demissão...

O Conselheiro do Gabinete pediu demissão em protesto às medidas tomadas pelo Governo.

O Professor Toshiso Kosako da Univ. de Tóquio, especialista em Segurança Radiológica, nomeado como Conselheiro do Gabinete do Governo em 16/03 logo após o Grande terremoto no Leste do Japão, pediu demissão do cargo de Conselheiro do Gabinete hoje 29/04 através de carta dirigido ao Primeiro Ministro Naoto Kan. Na conferência de imprensa, o professor criticou que as medidas tomadas pelo governo em relação ao desastre da Usina Nuclear Daiichi de Fukusshima é irresponsável. Principalmente no que se refere à decisão tomada em relação às limiações de atividades escolares externas, que determinou em 20 mSv o limite de dose de radiação anual, defendeu a controversa dizendo que "se eu acatar isso, encerraria a minha carreira de cientista. Não sou capaz de expor o meu próprio filho a isso".

O professor Kosako aponta também o fato de não ter sido realizado e divulgado a previsão do impacto pelo “Sistema de previsão rápido de impactos da dose de radiação ambiental na emergência” (SPEEDI - System for Prediction of Environmental Emergency Dose Information), de acordo com as Diretrizes para emergência nuclear do Governo que diz que “deverá ser acionada imediatamente após a emergência” e criticou as medidas tomadas de improviso desrespeitando a Lei e com isso estar atrasando a convergência da situação.

O Professor revelou que reivindicou os Padrões de radiação para a escola em 1 milisievert/ano, mas não foi aprovada e comentou que “Mesmo entre profissionais de radiologia, são  extremamente poucas as pessoas que se expõe a 20 milisievert/ano, e desejar este valor a crianças (de ensino fundamental) é inaceitável pelo meu humanismo”.



Fonte: Mainichi.jp
21:14hs de 29/04/2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Fundação Energia Natural"

O presidente da Softbank, Masayoshi Son informou anteontem (20/04), na reunião do Partido Democrata (PD- Minshutou), que criará a "Fundação Energia Natural" com o propósito de efetuar recomendações ou fazer propostas de política energética no Japão. A fundação será criada ainda este ano com o investimento individual do empresário, que pretende convidar cerca de 100 cientistas do mundo todo para efetuarem apresentações sobre as pesquisas com eixo na geração de energia elétrica  renovável e pedir recomendações sobre política energética.  
O empresário apresentou também o seu  plano de reconstrução das áreas atigidas pelo tsunami na costa do oceano pacífico da região nordeste do Japão, para instalar centrais elétricas de geração de eletricidade por energia solar, denominado "Plano cinturão solar do Leste do Japão".


Fonte: Nikkei Web


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sessão de Q&A da Revista “Nature” (Parte 3)

Sessão de Q&A da Revista “Nature” sobre o desastre nuclear da Usina Nuclear Daiichi de Fukushima

No dia 6/Abril, às 4:00hs da tarde no horário de de Londres, a Revista científica “Nature” (uma das mais antigas e conceituadas publicações científicas do mundo) realizou uma sessão de Perguntas e Respostas on-line, sobre o desastre nuclear da Usina Nuclear de Fukushima, com o Físico Ambiental Jim Smith
A cobertura da Revista Nature sobre o desastre nuclear estão aqui . 
Desde o início, a Revista “Nature” na sua posição de revista multidiciplinar, tem feito coberturas de forma objetiva e explanado em editoriais, baseados em números que vem sendo relatados a todo momento e refletindo em exemplos passados (como Chernobyl e etc.). Os artigos se baseiam na ciência, mas está escrito não só para os cientistas, mas para o público em geral.
Nesta sessão de perguntas e respostas, a “Nature” responde às perguntas feitas pelo público, porém como as perguntas do chat passavam pelo modelador, as perguntas e repostas estão dispostas de forma legível e coerente. O chat original  aqui.  

Aqui está a Parte 1 e a Parte 2


Q&A (Parte 3)
Comentário da Kris: Tem sido relatado que as barras de combustível da unidade 1 estão expostos até 70%. E que eles estão tentando diluir a concentração de hidrogênio através da incubação de nitrogênio. Isto significa que o arrefecimento da unidade 1 tem falhado... possívelmente por acúmulo de sal (sem circulação de água). Na sua opinião qual seria o pior cenário possível para isso?
GB: Em ralação a isto, comentamos no artigo publicado alguns dias atrás  (http://www.nature.com/news/2011/110405/full/news.2011.211.html). Basicamente, se a refrigeração falhou, há possibilidade do núcleo ter se derretido parcialmente ou inteiramente e tenha caído no concreto abaixo. Isso significaria a limpeza por um longo tempo, caro e mais perigoso.
Outro perigo é que no interior do reator pode ocorrer alguma cisão transitória produtora de energia, ou que o reator poderia entrar em funcionamento, acidentalmente. Isso poderia ser um problema real (obviamente), tanto em termos de liberação de radiação quanto na gestão do acidente.
Mas no momento, a evidência de que isso tenha acontecido é muito pouco. Como eu disse anteriormente, as coisas parecem estar estáveis.
GB: Atualmente eu poderia qualificar que: nós não sabemos realmente o que está acontecendo nos reatores, mas aparenta estar estável ...
JS: Vou deixar com o Geoff

Comentário da Yuri: Você poderia explicar as semelhanças e diferenças entre Fukushima e de Chernobyl, em relação ao modelo e a velocidade de propagação das substâncias radioactivas para o solo e oceano?
BO: Jim, você escreveu um livro sobre o Chernobyl, alguma idéia para comparar estes dois?
JS: Chernobyl não afetou significativamente os sistemas marinhos - havia radioactividade no mar Báltico e no Mar Negro (ambos muito longe), mas as concentrações foram muito baixos. Em Fukushima, o sistema marinho é obviamente uma preocupação maior.
Existem semelhanças entre Fukushima e Chernobyl. Estamos preocupados, principalmente sobre os radionuclídeos - iodo e césio. Em Chernobyl, a explosão e a quebra da contenção primária espalhou "partículas quentes" numa área de aproximadamente 10 km. Assim, a zona próxima de Chernobyl foi contaminado com plutónio, estrôncio e outros radionuclídeos que são muito menos volátil do que césio e iodo.

Comentário do Brendan: Existem planos para mover o material radioativo de Fukushima, neste momento, para uma instalação de armazenamento de longa duração (há opções razoáveis)? Ou será que o material tem que ficar lá eternamente?
GB: É uma boa pergunta. Eu não ouvi de nenhum plano de como este ainda. Porém, obviamente, pelo fato do material estar num local de risco, em algum momento, eles podem querer mover o material. Mas pensando de forma realista, eles provavelmente levarão anos até que eles possam fazer qualquer coisa. Eles têm que esperar o combustível esfriar.

Comentário do Adam F: Em Chernobyl, o reator foi envolto numa espécie de túmulo de concreto. Quais são as vantagens e desvantagens deste tipo de técnica. Causariam mais danos do que benefícios em Fukushima?
GB: Eu estava falando com alguém sobre isso outro dia. O risco de um grande túmulo de concreto é que ele teria que estar lá por décadas ou até mesmo por séculos. Levando-se em conta os riscos sísmicos e outros riscos ambientais na região, eu acho que seria extremamente difícil seguir com o plano de concreta-los. Jim pode ter outras idéias.
JS: Isso faz sentido para mim. Além do mais, se começarem a concretar, tornará mais difícil o encerramento ou a resolução do caso.

Comentário do Howard: O feixe de nêutrons que tem sido reportado são sinais de cisão no local? Qual é a situação melhor e o pior considerando a liberação de nêutrons?
GB: Ah sim, o misterioso "feixe de nêutrons". Primeiramente, é quase certo de que seja um problema de tradução. É mais provável que seja uma “explosão de nêutron”. Em segundo lugar, a maioria dos físicos com os quais andei conversando, desconsideraram os relatórios sobre feixes de neutrões perto do local. Existem (cerca de) 3 razões para isso:
  1. Os nêutrons são extremamente difíceis de detectar, por isso as medições seriam difíceis.
  2. As leituras são muito baixas e podem ter sido causados pelos ruídos das radiação gama que estão em   níveis mais elevados no local.
  3. Simplesmente não faz sentido. As leituras estão longe de edifícios. É difícil de entender porque os nêutrons estariam fora do vaso de contenção, por mais que eles estejam sendo liberados.
Definitivamente, existem atividades de nêutrons nestes reatores, como resultado de fissão de outros produtos do combustível, que é certamente perigoso.
JS: Se houver fissão em curso, você poderia ver também alguma evidência de produtos de fissão de curta duração, que apareceria nos dados de monitoramento do ar e da água - Eu não vi nenhuma evidência clara disso ainda, embora eu não tenha visto muito os dados de monitoramento do ar do local.

Comentário da Aya Diab: Jim, na sua opinião, como esse acidente irá afetar o renascimento nuclear?
JS: Boa pergunta. Mas eu acho que é muito cedo para discutir essa questão e fiquei surpreendido em saber que alguns políticos já começaram a fazê-lo enquanto ainda estamos no meio de uma situação acidental.
Vou dar-lhe a minha reação imediata. Porém, eu sou um cientista ambiental e (acredite ou não) após 20 anos de estudo sobre Chernobyl, e mesmo com o caso de Fukushima acontecendo, eu ainda sou pró-nuclear. Eu acho que nós necessitamos de energia nuclear, bem como as energias renováveis para proporcionar o abastecimento de electricidade com baixa emissão de CO2 e a garantia de fornecimento de matéria-prima (urânio e plutónio) para as próximas décadas, pelo menos.

Stuart McIntosh comenta: Adicionando à pergunta de Drew Wright, você acha que os países suscetíveis a terremotos e tsunamis devem adotar outros métodos de obtenção de energia?
BO:Um seguimento à questão do “renascimento nuclear”
JS: Isso também é uma boa pergunta, mas eu a deixaria até passar por este estágio imediato após o acidente, e podemos começar a aprender as lições de Fukushima. No entanto, como o Geoff salientou, os projetos de reatores modernos são muito melhores ...
GB: Todos os reatores nucleares são construídas com alguns riscos em mente, e vale a pena apontar, que os reatores nucleares de Fukushima foram confrontados com um desastre muito pior (do que o imaginado) ao quais eles foram projetas para resistir, mas mesmo assim, sobreviveu (mais ou menos) em partes.
Como disse, penso que esta é uma questão que os reguladores e o público em muitos países terão de responder nos próximos anos. Na verdade, nós já estamos vendo debates intensos em países como a Alemanha.

Comentário da Shelby: A maioria das leituras de radiação ao redor da zona de 19 km foram feitos de maneira pouco científica, muitas vezes medidos com o carro se deslocando de um ponto a outro, não incluindo os detalhes críticos, tais como direção do vento no momento da leitura, quando precisamos ser mais exatos ou quando há grandes oscilações nas leituras, sendo as leituras altas ou baixas, elas podem ser atribuídas aos fatores como a direção do vento ou áreas de leitura extensa. Nós podemos confiar nessas leituras? Parece que só temos uma vaga idéia da dispersão de partículas radioativas sobre essa vasta área.
BO: Tem havido muita discussão sobre a qualidade dos dados disponíveis, Jim, Geoff, alguma ideia?
GB: Vou deixar Jim comentar primeiro, em seguida adicionarei comentário ...
JS: Nas fases iniciais (ou seja, quando o material contaminado está no ar), as leituras serão muito dependente de factores como a direção do vento e poderá variar muito. Mas uma vez que a radioactividade é depositada sobre o solo, a direção do vento não irá afetar as leituras. A umidade do solo poderá afetar, e percebo que nas leituras estão anotados se está chovendo ou não, mas isso não faz muita diferença. Geralmente fico feliz com os dados, mas às vezes fica difícil de interpretar, porque, como você diz, é preciso haver mais informações sobre os métodos de acompanhamento e etc. Isto pode ser um problema de tradução - talvez a versão japonesa é mais completa.
GB: O Departamento de Energia dos EUA fez um levantamento com os aviões, que fornecem uma boa imagem de como a radiação se espalhou. http://blog.energy.gov/content/situation-japan/
Além disso eu acrescentaria que, para ser justo, esta é uma situação muito difícil. É fácil questionar os japoneses, e de fato vale a pena fazê-lo em muitos casos. Mas não devemos esquecer que, especialmente imediatametne após o tsunami, a instrumentação está limitada, bem como o acesso à região.
BO: Nós estamos quase fora do tempo, assim só mais algumas eu acho. Em primeiro lugar para o Jim.
JS: Eu concordo com Geoff sobre isso - eu não iria criticar os japoneses sobre o que eles tem fornecido.

Comentário da Claire Cailes: Como será o risco de câncer decorrente da exposição à contaminação radioativa de Fukushima, comparados ao risco de outros tipos de câncer, tais como o tabagismo.
JS: Certamente muito mais baixo. Como exemplo, a dose de radiação nos trabalhadores de limpeza de Chernobyl foi de cerca de 100 mSv em média. Isso se traduz em um adicional de risco de cerca de 0,5-1% de câncer fatal, na vida futura. Os fumantes contínuam com cerca de 50% de chances de morrer de uma doença relacionados com o tabagismo.

Comentário da Chris Pook: Há muitos dados lá fora, e os japoneses estão fazendo absolutamente tudo o que há de disponíveis, mas a grande diferença é a linha de interpretação e de tendências, e o mais importante, como isso se traduz em Decisões regulamentares, por exemplo, para produtos alimentícios. Alguma reflexão sobre os melhores parâmetros para tomar essas decisões?
BO: Jim, quais os tipos de informações os formuladores de políticas precisam para tomar essas decisões importantes?
GB: A única coisa que eu diria é que eu tenho notado um problema real, na forma como a imprensa tem noticiado sobre a crise: eles tendem a dar valores de pico. Especialmente porque o perigo da radiação depende da exposição ao longo do tempo, e não acho que esses números sejam sempre muito úteis. De fato, uma leitura baixa, porém constante pode ser mais perigosa do que um pico breve.

GB: Além de que, provavelmente seja melhor o Jim responder esta pergunta.
JS: Sim, existem limites de referência para a radioatividade em caso de acidente nuclear. Então, há limites que estão sendo usados pelo Japão para checar os seus alimentos. Mas esses são difíceis de interpretar, como diz o Geoff, o que torna aberta a uma interpretação errada pela mídia.
Porém, uma tendência importante que está surgindo a partir dos dados, é que as taxas de dose de radiação externa nas áreas contaminadas estão caindo rapidamente nesta fase inicial, porque os isótopos de meia-vida curta - Te-132 e I-131 estão decaindo.

BO: Então a última pergunta.

Comentário do Ian: Existe algum observatório internacional que fiscaliza as centrais nucleares ou essas inspeções estão sob controle regulamentar nacional? Evidentemente, não parece ter sido uma falta de visão sobre os riscos, que talvez poderiam ter sido previstos.
BO: Geoff, Jim o que pensam a respeito de coordenação internacional?
GB: A Agência Internacional de Energia Atômica(IAEA) tem autoridade para inspecionar reatores nucleares civis, mas o principal objetivo é para se certificar de que não estejam sendo utilizados para o desenvolvimento de armas nucleares ou outros fins secretos. Imagino que no rescaldo deste acidente, algumas pessoas irão perguntar se a sua autoridade deve ser ampliada.
JS: Era justamente o que ia comentar.
GB: No entanto, em última instância, sendo para o melhor ou para o pior, a segurança deverá permanecer enquadrados nas mãos dos reguladores nacionais.
BO: em, isso é tudo que temos para o momento. Obrigado a todos por participarem. Espero que isto tenha sido útil. E lembre-se, você pode encontrar toda a nossa cobertura de Fukushima aqui: http://www.nature.com/news/specials/japanquake/index.html

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sessão de Q&A da Revista “Nature” (Parte 2)

Sessão de Q&A da Revista “Nature” sobre o desastre nuclear da Usina Nuclear Daiichi de Fukushima

No dia 6/Abril, às 4:00hs da tarde no horário de de Londres, a Revista científica “Nature” (uma das mais antigas e conceituadas publicações científicas do mundo) realizou uma sessão de Perguntas e Respostas on-line, sobre o desastre nuclear da Usina Nuclear de Fukushima, com o Físico Ambiental Jim Smith
A Revista “Nature” tem dado cobertura especial sobre o desastre nuclear desde o início, sobre o desastre em si, os dados de medição local, além dos resultados das estimativas elaboradas por diversos órgão de diversos países e vem divulgando os comunicados de imprensa do Japão e dos órgão internacionais relacionados ao assunto. Toda essa cobertura estão aqui ⇒ http://www.nature.com/news/specials/japanquake/index.html
Desde o início, a Revista “Nature” na sua posição de revista multidiciplinar, tem de forma objetiva, feito coberturas e explanado em editoriais, baseados em números que vem sendo relatados a todo momento e em exmplos passados (como Chernobyl e etc.). Os artigos se baseiam na ciência, mas está escrito não só para os cientistas, mas para o público em geral. Nesta sessão de perguntas e respostas, a “Nature” responde às perguntas feitas pelo público, mas como as perguntas do chat passavam pelo modelador, as perguntas e repostas estão dispostas de forma legível e coerente. O chat original está qui ⇒
http://blogs.nature.com/news/thegreatbeyond/2011/04/japans_nuclear_disaster_live_q.html?WT.mc_id=TWT_NatureNews


Aqui está a Parte 1


Q&A (Parte 2)


Senkei Umehara comenta:  Qual a principal fonte de informação para vocês fora do Japão? Eu moro em Tóquio e sei que a imprensa estrangeira participa das conferências de imprensa, mas fiquei na dúvida, se as informações são atualizadas com freqüência.
GB:  Atualmente, as agências japonesas têm feito um bom trabalho de traduzir o material para o Inglês. E nos últimos dias as conferências de imprensa do Secretário-Chefe do Gabinete, Yukio Edano, também foram transmitidos com tradução em inglês. Então, fora daí nós temos muitas informações de fonte primária. Agora, quão confiável são estas informações, é uma outra questão ...


BO: Bom, tivemos também, muitas perguntas a respeito da segurança dos alimentos e do leite no Japão. Jim, você poderia nos dar a sua opinião a respeito?
JS: Como eu disse em minha resposta sobre a viagem - Eu acho que não haverá riscos significativos por ingerir leite contaminado, água e alimentos no Japão. Os níveis (de contaminação) na água são muito baixas, e as autoridades japonesas estão trabalhando arduamente para manter os produtos contaminados fora da cadeia alimentar. Entretanto, será um trabalho difícil, porque eles estão lidando também com terremotos e tsunami.
Eu não poderia afirmar que nenhum produto "contaminado" escapará da “rede” de checagem para circular no mercado, mas gostaria de enfatizar que mesmo que alguém venha consumir este produto, os riscos são muito baixos. Pois os limites* estão estabelecidos pressupondo que os produtos sejam consumidos nestes níveis, por um longo tempo. Então, se alguém comer produtos acima do nível, acidentalmente, não significa que seja uma dose de risco.


Drew Wright comenta:Seguindo em frente, como poderiam as instalações nucleares (especialmente em áreas propensas a terremotos) serem projetados de forma diferente para suportar a atividade sísmica?
GB: Muitos dos projetos mais recentes são supostamente Projetos "passivamente seguros", significando que, mesmo que a sala de controle seja completamente destruído ou incapacitado, o reator irá arrefecer-se por si só.
Eu acho que a questão muito mais difícil é como fazer os reatores já existentes, ficarem mais seguros. No caso de Fukushima Dai-Ichi, é evidente que a posição dos geradores diesel de backup em relação à costa (mar) era um problema. Imagino que as entidades reguladores em todo o mundo estarão revendo o número e o estado de vários sistemas de backup, para ver se eles podem ser melhorados.


Lizzie comenta: Existe alguma grande diferença no efeito da radiação por ter ingerido (peixes, algas) ou terem sido expostas externamente a ela?
JS: A principal diferença é que ele permanece em seu corpo por algum tempo se for ingerido. Isto é levado em conta nos modelos de risco. Por exemplo o Cs-137 é expelida do corpo depois de meses, enqunato que o I-131 é muito mais rápido.
Algumas pessoas também pensam que há um risco maior por causa da radioactividade que está dentro de você. Eu não concordo. A distinção entre os emissores estarem na parte "interna" ou "externa" é um pouco falso. Um raio-X ou raios gama externa causam a produção de elétrons de alta velocidade no corpo, da mesma forma como fazem os emissores quando estão na parte interna. São os elétrons de alta velocidade que causam a ionização, conduzindo potencialmente à danificação de DNA e ao câncer - não importando de onde são originários.


Chinju Park comenta: Se duram décadas, isso significa que a disseminação de materiais radioativos continuam durante esse tempo todo?
GB: Creio que o Jim também tenha opinião sobre isso, mas na minha opinião, não acho que precisamos nos preocupar com a contínua propagação da radiação. Pois por um lado, o combustível vai continuar a arrefecer nos próximos anos, e será muito menos perigoso do que está agora. Por outro lado, os engenheiros devem ser capazes desenvolver algumas medidas para reduzir a propagação de qualquer radiação que consiga escapar. Eu já vi por exemplo, que a TEPCO está pulverizando resina no local, para manter a poeira radioativa em baixo.
Isso não significa que não haverá um lançamento significativo no caminho adiante, mas no geral, a espectaiva é de que a radiação no local irá diminuir.
Jim nada a acrescentar?


JS: O Césio 137 permanecera no solo por um longo tempo (o seu período de semidesintegração são 30 anos). Eles não se espalham para muito longe – pequenas quantidades são espalhadas pelo vento e água. Como os reatores estão agora (felizmente) muito mais estáveis, o problema da radioatividade em relação ao solo, são sobre a radioatividade que já estão no solo.


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* Os limites provisórios estabelecidos pelo governo, foram calculados para "não ultrapassar o menor valor". Em outras palavras, os limites estão estabelecidos para evitar o menor risco.
Citando como exemplo o limite provisório para água ou leite para lactentes, mesmo que os lactentes venham consumir a água ou o leite dentro destes limites, não ultrapassará os 11,1mSv/ano. O mesmo raciocínio é aplicado nas verduras e outros produtos. Por isso, mesmo que as pessoas venham consumir esporádicamente ou acidentalmente os produtos, não estarão correndo sérios riscos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A radioatividade é contagiosa??

Este artigo é a tradução do blog do team_nakagawa, que é composta por médicos, especialistas de Engenharia Nuclear, Física Teórica, Física Médica, que juntos estão fornecendo informações a respeito da radioatividade pelo ponto de vista médica.
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Tem surgido casos de discriminação entre crianças, nas regiões onde estão abrigados as crianças que evacuaram de Fukushima. Também, estão surgindo problemas no próprio abrigo, contra as pessoas que voltaram temporáriamente para as suas casas. Com certeza, as pessoas que foram rejeitadas vão ficar traumatizadas. Mas ao imaginarmos a reação das pessoas que falaram coisas impensadas, é compreensível que tenham tido reação exagerada pela insegurança de algo pouco conhecido que é a radioatividade.

A radiação ou o material radioativo não são visíveis e à primeira vista, não se pode ver o seu impacto. Isto é uma das causas que aumenta o medo. E a expansão do preconceito e os rumores contra a radioatividade poderá causar grande impacto na recuperação/reconstrução das áreas afetadas.
No momento, nós (principalmente os adultos) temos que temer a radiação “corretamente” .


Nós, o team_nakagawa somos uma equipe de radioterapia. A radiação que aplicamos nos pacientes para o tratamento, é muito mais forte do que a radiação que tem sido observado dentro do terreno da Usina Nuclear Daiichi de Fukushima. Entretanto, quando aplicamos a radiação (irradiação) na parte externa do corpo do paciente, mesmo que cheguemos bem próximos dos pacientes depois do tratamento, nós e nem tampouco os nossos familiares ficam expostos à radiação.


E, além da exposição à radiação, durante a diagnose e a radioterapia, administramos uma variedade de materiais radioativos aos pacientes. Até mesmo o Iodo 131 que está sendo focalizado neste desastre nuclear, o paciente ingere via oral para o tratamento de câncer de tereóide e doença de Basedow-Graves. Ou seja, é aplicado para uma “exposição interna”.
A dose de “exposição interna” na radioterapia, provavelmente é em ordens de grandeza bem maiores do que a dose de “exposição interna” considerada mais elevada nos trabalhadores da usina nuclear de Fukushima.
No tratamento do câncer de tireóide, é aplicado no máximo 3,700,000,000 Bq (Becquerel) a cada vez. Esta quantidade é 10 milhões de vezes maior que o limite provisório para água potável, que é 300 Bq/quilograma.


Mesmo neste caso, o nosso time de radioterapeutas cuidam dos pacientes imediatamente após a administração (OBS 1), não causando nenhum problema.
OBS1: Após tomar o Iodo radioativo, o paciente permanence num quarto. Quando a taxa da dose de radiação medida a uma distância de 1 metro do corpo do paciente for abaixo de 30 μSv(microsievert)/hora, admitimos a saída do quarto e o retorno para casa. No mesmo dia, no caso dos pacientes de Basedow-Graves e em cerca de 3 dias no caso de pacientes de Câncer de Tireóide.


Mesmo que uma pessoa permaneça um longo tempo na área de evacuação, a dose atual de “exposição interna” comparados ao tratamento radiológico, é “insignificante”.
Com isso, talvez possam entender que nunca haverá exposição das pessoas que estiverem ao redor desta pessoa (é claro que nós não estamos alegando, que não há necessidade de considerar os riscos de saúde dos abrigados, causados pela radiação)


Observando os dados de medições de radiação ambiental, não há liberação maciça de material radioativo após o dia 15 de Março. E a intensidade de radiação está plana ou em declínio em cada região.
Não há liberação maciça de material radioativo.
O material radioativo disperso no desastre da usina, caem no solo naturalmente ou com a chuva. A radiação medida atualmente estão sendo emitidos pelo material radioativo que estão no solo, nas plantas ou aqueles que estão grudados nas paredes. Por outro lado, o material radioativo no ar diminuiu ao ponto de não ter necessidade de se preocupar.


Por isso, baseado nos dados de medição atual, é possível saber que é impossível depositar uma grande quantidade de material radioativo na pessoa, só porque a pessoa retornou temporáriamente para a casa na área de evacuação. E mesmo que mantenha contato com esta pessoa, não será contaminado com grandes quantidades de material radioativo (naturalmente, nem por “radioatividade” desconhecido)


Nós do team_nakagawa, por ser uma equipe de radioterapia, temos a tendência de  comparar este desastre nuclear com a exposição rafiológica médica. Porém, como já escrevemos antes em “Qual a diferença com a exposição radiológica médica”, na exposição radiológica médica há méritos e por outro lado, num desastre nuclear não há mérito algum.
Além disso, o desastre causa insegurança a muitas pessoas e traumatiza (principalmente as crianças).
Desejamos a convergência do desastre nuclear de Fukushima, o mais rápido possível.

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É o desejo de muitas pessoas que estão abrigados por causa do desastre. Muitos dos abrigados sofreram duplamente porque além de terem sido atingidos pelo tsunami, tiveram que evacuar às pressas, sem poder voltar à área a procura de familiares desaparecidos, que na época poderiam estar vivos aguardando por regate.
Ainda hoje, depois de 1 mês,  estão impedidos sair à procura dos corpos dos familiares...

Crise nuclear - Na espera de medidas adequadas em relação às crianças II

Política Nuclear que não aprendeu com Hiroshima, Nagasaki e Chernobyl – Na espera de medidas adequadas em relação às crianças II


Cont. do artigo da Dra. Moriyo Kimura  Médica/Oficial técnico do Sistema Médico no Ministério do Trabalho, Saúde e Bem-estar. Atualmente Oficial de Quarentena. Mãe de filhos gêmeos.

Cont...

Então vejamos agora, qual o impaco do Césio 137 em crianças.
O Césio 137 é muito mais perigoso do que o Iodo 131.
Pois o Iodo 131 é eliminado do corpo num período relativamente curto, enquanto que o Césio 137 permanece por um longo período dentro do corpo.

A desintegração radioativa de um material radioativo acontece com o passar do tempo, e o que se torna uma indicação é o período de semidesintegração* ou período de meia-vida.
O período de semidesintegração do Iodo são 8 dias, enquanto que o do Césio 137 são 30 anos.

*Período de semidesintegração é o tempo necessário para que metade do número de átomos de determinada substância radioativa se desintegre. Assim, a cada período de meia–vida, o nº de átomos radioativos cai pela metade.

Diferente do Iodo 131, a maior parte do Césio 137 entra no organismo através do aparelho respiratório como a boca e o nariz. E não atinge somente a tireóide, mas se espalha uniformemente em todos os órgãos do corpo. Além de acumular principalmente no fígado, rins, músculo (princ.músculo cardíaco).
A quantidade de Césio 137 emitido em acidentes nucleares é bem menor comparados à outros tipos de materiais radioativos, mas os danos à saúde são grandes, pelo fato de permanecerem no organismo por um longo período, diferente do Iodo 131 que tem o período de semidesintegração de 8 dias.
Permanecer por um longo período no corpo significa que aumenta o risco de causar câncer.
Há quem diga que “o Césio 137 não tem haver com a carcinogênese”
Mas isso é devido ao fato de que num acidente nuclear são liberados muitos tipos de materiais radioativos, o que dificulta a determinação de qual destes materiais radioativos é o causador.

Certamente, não está provado o relacionamento de algum câncer em particular com o Césio 137, assim como está provado que o Iodo 131 causa o câncer da tireóide.
Mas se todos os materiais radioativos causam danos no DNA, seria normal pensar que “podem causar o câncer”.

Comparando-se com os adultos, crianças tem mais oportunidades de brincar ao ar livre, pode-se dizer então, que as crianças tem mais possibilidades de inalar o Césio que está no ar ou na poeiras.
Além disso, considerando-se que o Césio 137 se dilui fácilmente na água, as crianças que tendem a consumir mais água do que os adultos, proporcionalmente, tomará mais Césio 137.

E mais ainda, há relatos de que (o Césio 137) passa para criança, através do leite materno.
Na pesquisa realizada com recém-nascidos e crianças de 1 ano, foi reportado que com a probabilidade de  40 a 50% passam pelo leite materno. Este resultado comparado aos 25% do Iodo 131, é um número relativamente  alto.Em testes feitos em animais, estão comprovados que há transição para o feto, através da placenta.
Referências: Agência de registro de enfermidades por substâncias tóxicas: Césio (The Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR))

Os chamados de peritos e o Governo dizem que “não há efeito imediato (sobre a saúde)”.
Ao fundo, existe o fato de que não há estudo sobre a radiação nociva, a médio e longo prazo.
Porém, é evidente que o material radioativo permanece no organismo por um determinado tempo.
E que com isso, vai danificando o gene.

Os que sofrem maiores impactos, são os recém-nascidos, os lactentes e o bebê que está na barriga.
 
Se o argumento é que de que o grau de risco é incerto, acho que temos que presumir a pior das hipóteses.
Frisei várias vezes em artigos anteriores, que “Agir pensando na pior das hipóteses, é o fundamental na Gestão de Crises”.

É necessário proteger as crianças que são o futuro do Japão.
Podemos dizer que a responsabilidade é nossa, dos adultos.
Para isso, creio que seja indispensável a tomada de decisões drásticas como a evacuação das crianças e grávidas para um lugar seguro, fora do raio de 30 Km e não tomar uma decisão ambígua como “Abrigo em lugares cobertos” como está atualmente.

Mais uma coisa que não pode ser esquecido, é o acompanhamento das crianças que foram expostas à radiação.
E não há mais nada, além de fazer estudos epidemiológicos a longo prazo, como que tipo de doença poderá surgir, a que latência etc.
No entanto, ainda não se ouve nada a respeito de terem iniciado este tipo de pesquisa.
E, mesmo no caso de registro de câncer, infelizmente, só é efetuado individualmente pelas províncias ( e há algumas que nem registram).
Para se efetuar um acompanhamento adequado, será necessária uma estrutura para acompanhar a pessoa onde quer que a pessoa vá morar. Estrutura essa, que ainda não existe.

Este desastre nuclear é um acontecimento infeliz.
Mas é extremamente importante esclarecer o que houve neste desastre e fazer o estudo do que poderá ocorrer futuramente e divulgar sobre o assunto, em prol das futuras indenizações de pacientes e também para o desenvolvimento da energia nuclear no Mundo.

Pode-se dizer que, deixar dados corretos para o futuro faz parte da Gestão de Crises.
Desejo que o Governo e os estudiosos tomem medidas rápidas para proteger a geração futura e também, para não desperdiças as vidas que foram perdidas.

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Enquanto traduzia, estava ouvindo a transmissão da Assembléia Nacional...
Numa hora de crise como esta, ainda há alguns parlamentares  preocupados em culpar ou querer as desculpas do primeiro ministro, sobre as medidas tomadas no início, algumas querendo induzir o primeiro ministro a declarar o fechamento imediado das usinas nucleares...
Porque ao invés de se unirem e discutirem sobre o "montão" de problemas a resolver, eles querem acusar, puxar a perna um do outro... Que coisa feia! 

domingo, 17 de abril de 2011

Crise nuclear - Na espera de medidas adequadas em relação às crianças

Política Nuclear que não aprendeu com Hiroshima, Nagasaki e Chernobyl – Na espera de medidas adequadas em relação às crianças..

Artigo original  da Dra. Moriyo Kimura  - Médica/Oficial Técnico do Sistema Médico do Ministério do Trabalho, Saúde e Bem-estar. Atualmente Oficial de Quarentena. Mãe de filhos gêmeos.

A situação do usina nuclear de Fukushima, ainda não permite otimismo.
Hoje escrevo a repeito dos impactos do material radioativo ao corpo humano. Pois sinto que as medidas tomadas pelo governo atual em relação às grávidas e crianças é "muito fraca".

Denomina-se “exposição”, a exposição de uma pessoa à radiação.
Na exposição à radiação, existem a exposição externa que é a exposição da parte externa do corpo, e a exposição interna na qual o material radioativo entra no corpo.

No caso da exposição externa, há como se livrar dos efeitos da radiação tirando a roupa ou lavando o que se expôs à radiação. No entanto, quado se trata do material radioativo que entrou no corpo, não há o que fazer além de esperar que seja expelido pelo corpo através do suor, urina ou fezes, ou ainda, esperar pela desintegração radioativa  Por isso a exposição interna requer mais cuidados.
O problema mais grave decorrente da radioatividade é o “câncer”.
O câncer (ou cancro) é causado por células que se tornaram oncogenes.
Uma das causas é a radioatividade.
O material radioativo danifica o DNA que é o Gene.
O Gene danificado produz células anormais (que crescem e se dividem sem respeitar os limites normais).

Há casos de desenvolvimento de câncer agudo pela exposição excessiva, mas o que é mais problemático é as células se tornarem
oncogenes no futuro.
Dizem que para que as células se tornem oncogenes, demora cerca de 20 anos.
Por isso, quanto maior o tempo de permanência do material radioativo dentro do corpo, maior é a possibilidade de se tornar oncogenes.
Como o intervalo de tempo até a morte é mais longa nas crianças do que nos adultos, quanto menor a idade em que foi exposto à radiação, a probabilidade de câncer aumenta.

Num desastre nuclear, muitos tipos de materias radioativos são disperses no ambiente.
Dentre estes materiais radioativos, os mais importantes são os isótopos rativos Iodo 131, Césio 137, Estrôncio 90.
Como entrariam no corpo?
Podemos citar duas formas. Os que entraria principalmente através dos aparelhos respiratórios e também através dos alimentos.
Por que meio entraria mais no corpo?
Isto difere dependendo do tipo do material radioativo.

É possível calcular a exposição interna por cada tipo, considerando a dose efetiva depositadas ou dose equivalente.
Estes cálculos podem ser feito através de fórmulas diferentes que também resultam em diferentes respostas, dependendo das condições assumidas (tipo do material radioativo, quantidade, alimento, respiração e a probabilidade de absorção por sexo, idade, peso etc.)

Se no cálculo de alguém, for calculado que a quantidade de exposição não foi tão alto, a pessoa que opina tomando este cálculo como referência dirá que “Não há nenhum efeito específico sobre a saúde”, porém para a resposta obtida num cálculo com as condições assumidas/presumidas mais severas, poderá se dizer que “é muito perigoso”

Aqui, não tenho a intenção de opinar contra estas respostas um a um.
Repito qual é o problema.

O problema neste desatre nuclear, é que tanto o governo quanto a mídia, parece não estar muito ciente do fato de que as grávidas e as crianças (principalmte os menores de 5 anos), são muito mais sensíveis à radiação, do que os adultos.

O que não pode ser esquecido, é que uma criança não é um adulto pequeno.
Um pediatra sempre me dizia que “Crianças e adultos são criaturas diferentes”, e essa palavra se adequa perfeitamente a esta situação.
O que é diferente?
É que os impactos da radiação recebidos por uma criança é bem maior comparados ao do adulto.
A criança cresce rapidamente desde a fase em que está na barriga, até andar.
O metabolismo celular, ou seja, a replicação genética é intensa, por isso, naturalmete é sensível.

Aqui cito os impactos dos dois materiais radioativos que podem ser ditos que são representantes – o Iodo 131 e o Césio 137 – sobre as crianças.

Primeiramente o Iodo 131.  
A maior parte do Iodo 131 é ingerido junto com a comida e a bebida.
E destes Iodo 131 que foram ingeridos, cerca de 20 % são acumulados na tireóide.
Os 80% restante saem do corpo através do suor , urina e fezes.

A Humanidade experimentou uma grande contaminação radioativa no passado.
Tais como a bomba atômica, os testes nucleares nas Ilhas Marshall, o desastre nuclear de Chernobyl.
Foi constatado no acompanhamento das crianças expostas à radiação de que, em comparação com os adultos,  as crianças são suscetíveis ao Iodo radioativo e são propensas a Cãncer de trireóide.  

Especialmente os recém-nascidos tem as funções da tireóide bastante ativa.
Nos 10 primeiros dias de vida absorvem 3 a 4x mais iodos do que um adulto.
E, quanto menor a criança, menor é o tamanho da tireóide,
por isso, se uma criança for exposto à mesma quantidade de radiação de uma adulto,será condensado uma alta concentração do Iodo 131 na pequena glândula tireóide, muito mais do que nos adultos.
Citei que o Iodo 131 entra muito no corpo através da comida, mas comparados a um adulto, as crianças possuem facilidade de absorever através do trato digestivo.
Isto é, podemos dizer que os recém-nascidos e lactentes tem mais facilidade de absorver o Iodo 131 no corpo.

O Iodo 131 migra também para o leite.
A exposição dos animais domésticos também é igual ao ser humano.
Como em geral as crianças bebem mais leite do que os adultos, podemos dizer que aumenta a possibilidade de ser exposto à radiação.
O leite materno também não é excessão e o bebê ao mamar o leite materno contaminado com Iodo 131, tende a acumular o iodo radioativo.

Além disso, o iodo radioativo pode migrar através da placenta, para o feto que está na barriga.
E, a glândula tireóide começa a funcionar a partir de 12 semanas de gravidez, onde há captção ativa do iodo.

http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/tp158.pdf
The Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR)

Creio que tenham entendido a respeito da relação do Iodo 131 com o câncer de tereóide.

Cont....